A relação com os outros pode representar uma das maiores fontes de segurança, aceitação, cuidado, gratificação, resiliência, transformação e inspiração das nossas vidas. Porém, este mesmo potencial quando imerso em dificuldades e problemas pode repercutir-se de forma igualmente devastadora.
As relações existem num contexto particular, em que dois seres humanos trazem consigo as suas emoções, as suas experiências passadas, as suas histórias e as suas expectativas.
A maioria dos problemas que surgem numa relação derivam de dificuldades ao nível da comunicação. Comunicar com outra pessoa, de modo a expressar de forma adequada, o que sentimos, pensamos ou necessitamos é uma habilidade que se pode aprender, desenvolver ou aperfeiçoar.
A consciência do modo particular como podemos estar a contribuir para os nossos problemas de relacionamento, que muitas vezes acarretam grande sofrimento, é também o passo crucial que nos permite perceber que há uma parte da solução que pode depender de nós...
O trabalho psicoterapêutico pode ajudar a mudar o rumo desta história, pautada por muito sofrimento. A psicoterapia pode facilitar o reconhecimento dos nossos padrões de relacionamento disfuncionais e das suas consequências, não obstante a escuta empática e validação dos nossos sentimentos e emoções envolvidos nas diversas situações. Com a ajuda da relação terapêutica, podemos ganhar uma maior flexibilidade e amplitude na perspectiva do que se passa na nossa relação com os outros. Ou seja, podemos conseguir ver mais além do que a intensidade das nossas emoções, ou crenças anteriormente desenvolvidas, nos permitiam.
No seio desta mesma relação de potencial transformador, podemos aperfeiçoar também as habilidades que nos permitirão construir e manter relações mais saudáveis. Estas habilidades ou competências são aspetos simples, mas muitas vezes negligenciados, como a capacidade de escutar e compreender o que o outro nos está a tentar comunicar, aferir a mensagem que estamos a receber, reconhecer os nossos próprios sentimentos e ser capaz de regular a sua intensidade, de modo a não nos precipitarmos e adoptarmos comportamentos impulsivos, conseguir expressar de forma assertiva aquilo que pensamos, sentimos e necessitamos.
Quando conseguimos promover uma maior consciência dos nossos padrões relacionais, o passo seguinte será desenvolver um estilo de comunicação que respeita ambos os intervenientes, e que os aproxima nas significações que pretendem transmitir um ao outro...Deste modo, estamos a preparar um terreno fértil para uma vida mais plena e feliz.